A Filha do Cabinda
A Filha do Cabinda
Book Excerpt
tava desenhando os desejos que sentia dentro de si, e que ella mesma não podia comprehender.
Desejos vagos, mysteriosos, indefiniveis.
Conservou-se absorta durante dois minutos, mas como que acordando, depois, d'um sonho que a prendia, tirou as flôres d'entre as folhas do livro, collocou-as a um lado e pôz-se a lêr alto, com a sua voz meiga, seductora e angelical.
Era um livro de versos, era um livro d'amor, o que ella lia!
E tão prêsa estava com as phrases, que ia repetindo, tão scismadoramente como se em verdade as sentisse; tão distrahida estava de tudo, de todos e de quanto a cercava, que nem ouvia os gorgeios compassados d'um bemtevi, que a sua voz harmoniosa havia desafiado, occulto entre as folhas do ramo d'uma grande mangueira, que quasi se debruçava sobre o lago.
Chegou a um ponto da leitura e deteve-se suspirando. Depois repetiu ainda a quadra que acabára de recitar, e que dizia assim:
Suspira
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