Sonetos de Anthero

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Sonetos de Anthero by Antero de Quental

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1861

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Book Excerpt

br> Das turbas que me imporia o vão ruido?
Hoje deus, e amanhã já esquecido,
Como esquece o clarão de extinta chama!

Fóco, que a luz em torno não derrama,
Tal é essa ventura; éco perdido,
Quanto mais se chamou, mais escondido
Fugiu e se esqueceu de quem o chama.

Cada flor d'essa croa é um engano,
Como a nuvem das tardes ilusoria,
Como o misterio vão d'um vão arcano.

Mas croe-me tua mão a fronte ingloria,
Cinge-me tu o louro soberano...
Verás, verás então se amo essa gloria!

III.

Ignoto Deo.

Meus dias vão correndo vagarosos
Sem prazer e sem dor, e mais parece
Que este fóco intrior antes fenece
Do que brilha com raios luminosos.

É bela a vida e os anos são formosos,
E nunca ao peito amante amor falece...
Mas, se a beleza aqui nos aparece,
Outra alembra de m

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